segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dilema

Desde pequenos que sabemos que no futuro teremos de ser “alguém”. Desde pequenos que nos incutem o pensamento através da grande questão de “o que é que queres ser quando fores grande?”. O tempo passa e passa, até que nos deparamos com o dia em que temos que decidir aquilo que queremos ser, o dia em que somos grandes e dizemos que vamos fazer isto ou aquilo. Nem sempre é fácil decidir, para a grande maioria, penso eu, é bastante difícil, por diversas razões.

A primeira razão é simples, estamos na idade em que gostamos de demasiadas coisas, a idade em que nada é uma constante, tudo muda todos os dias, desde o número de furos que fazemos no corpo, o corte ou cor de cabelo, as tatuagens que queremos fazer, os estilos que queremos seguir, as nossas ideologias. Tudo é efémero nesta idade posterior à fase dos porquês, porque nesta idade a questão que vem já não é “porquê?” mas sim “como?”. Esta versão actual é uma fase avançada da já mencionada fase dos porquês, compreendida entre a idade dos 7 a 11 anos, aproximadamente. A questão “como?”, introduz-nos no domínio da segunda razão para o facto de não ser fácil decidir aquilo que queremos ser.

Num mundo onde é cada vez mais difícil sobreviver -e nem digo viver, mas apenas sobreviver- qualquer jovem tem noção que a decisão que tomar irá influenciar todo o seu futuro e percurso, se aos 18 anos o que queremos é autonomia, aos 30 iremos desejar outra coisa, bem mais consistente. Com a conjectura política e económica de Portugal, um jovem neste país que tenha agora iniciado a sua carreira académica tem noção que poderá estar a tirar um curso que não lhe irá trazer futuro nenhum e o futuro aqui, esta ideia que eu tento transmitir de “ter um futuro” é ter um futuro estável, em que não faltem bens essenciais, bens supérfluos não entram na lista apesar de nos fazerem felizes. Tudo aumenta como uma onda de tsunami, desde a idade da reforma até aos impostos.

A nossa vontade é escolher um futuro que nos faça felizes, é preciso gostar daquilo que fazemos, assim a questão não é “o que queres ser quando fores grande?”, mas sim “o que queres fazer para seres feliz?”.

domingo, 20 de novembro de 2011

A vida é bela, até mesmo quando chove


Não tenho tido muito tempo para vir aqui com alguma regularidade. Mas fica aqui um pensamento vago, descontraído e ligeiramente existencialista que tive segunda-feira passada, no carro, à porta da estação de comboios:

«A vida é bela, até mesmo quando chove. A vida é demasiado preciosa, para ser desperdiçada com irrelevâncias e pesadelos. A vida é um conjunto de sonhos, ideias, obstáculos e problemas. É tudo aquilo que quisermos que seja. Nós somos aqueles que simplesmente guiam o barco e se deixam navegar com as ondas e correntes.

Uma vez perguntei-me a razão pelo qual envelhecemos. E uma voz, mais velha e sábia, respondeu-me, também sinto isso. Estranho, pensei eu, uma mente mais avançada que a minha deveria saber a solução deste enigma. Hoje, volvidos uns anos, creio que a resposta ainda é algo místico e secreto, afinal de contas, o que interessa é vivê-la, ao sabor e dissabor dos ventos, como uma folha seca. Não é a nós que nos compete descodificá-la.»

domingo, 6 de novembro de 2011

Sem título #2

Grécia, afinal como é que vai ser?

Muito se tem falado ao longo da semana sobre o caso da Grécia. Numa hora dizem que vai haver um golpe militar, na outra a Grécia vai sair da Zona Euro, levando avisos que o melhor então será sair da UE, na hora seguinte já temos o primeiro-ministro a dizer que se vai demitir e, umas horas depois tudo parecia estar a estabilizar.
Como seria de esperar, essa estabilidade durou pouco tempo, pouquíssimo...agora o país em chamas terá um novo governo.

Relembrando que a questão era a realização ou não de um referendo acerca da existência da Grécia na zona euro, algo não muito inteligente, pois ninguém está satisfeito, não seria de todo prudente avançar com tal referendo. Já para não falar, da falta de educação que seria pela parte dos gregos quererem sair da zona euro depois da sua enorme divida ter sido perdoada. Desta forma avançaram com uma ameaça de golpe militar...engraçado que os militares portugueses ofereceram a sua "ajuda" em derrubar o governo actual, "caso fosse necessário", pelo sim pelo não.

Quando a política deixa de resultar, passamos para golpes militares. É o que a história nos diz. Uns mais violentos e outros mais mansos, mas ainda assim "golpes", seguidos pela palavra "militares", o que dá toda uma carga dramática à "coisa", dramas é o que mais precisamos numa altura destas.

Quanto ao novo governo grego, vamos ver como as coisas correm. Eu, pessimista de raiz, acho que a coisa vai correr mal e que a Europa se vai ver, uma vez mais, grega para resolver tal situação. O novo governo avança e diz que o novo pacote de ajuda se mantém...então mas afinal como é, pergunto eu outra vez, querem ou não querem ajuda? E se querem, arquem com todas as consequências, tal como os outros estão a fazer, ou não...



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Frida Kahlo


Soube hoje, pela rádio, que se encontra uma exposição de fotografias de Frida Kahlo no Museu da Cidade (em Lisboa). Estas fotografias, tiradas pelos seus amigos, o seu pai, o grande amor da sua vida Diego Riviera e até de fotógrafos conceituados, mostram-nos um lado íntimo de Frida que muitos desconhecem. Esta exposição, para além de nos dar a conhecer um pouco mais sobre a artista, dá-nos umas luzes da história politico-social do Mexico.
Esta é a primeira digressão mundial da exposição, que esteve desde sempre na Casa Azul (México), Diogo Riviera deixou no seu testamento a proibição destas fotos saírem do México, sendo que se trata de uma exposição com cerca de 6.000 fotografias, esta digressão contém apenas 257, de forma a respeitar o desejo do artista.
Recomendo vivamente a passarem pelo Museu da Cidade, a exposição só lá estará até finais de Janeiro.


(Para mais informações: http://www.museudacidade.pt)

domingo, 30 de outubro de 2011

O que ficou cá desta semana

Muito se tem falado esta semana do caso de Duarte Lima. Ao que parece foi mesmo o advogado, sobrevivente de leucemia, a matar a mulher. Digo “sobrevivente de leucemia”, não para o endeusar, mas antes para referir aquilo que de melhor que aconteceu na vida desse senhor, uma vez que o ajudou a construir toda uma imagem de credibilidade e honestidade, capaz de colocar em dúvida toda uma sociedade, que se interroga, será que o homem ia matar uma mulher a troco de uns euros, quando esse gastou tanto a ajudar doentes de leucemia?


E por falar em doença, um estudo da Universidade de Queen (Reino Unido) descobriu que a toma diária de uma aspirina reduz o risco de cancros hereditários. É uma descoberta histórica para a prevenção do cancro. Outra descoberta ainda, mais focada no público feminino, é a prevenção de cancro dos ovários com a toma da pílula, ter filhos também ajuda.


Pornografia feminina. Algo que eu desconhecia por completo, sim, para mim só existia pornografia e ponto. Não sabia que este género tinha outros sub-géneros. Mas tem e promete. Erika Lust, realizadora de filmes pornográficos feministas, está decida a acabar com o estereótipo social e sexual da mulher “pedaço de carne”, tornando-a assim, mais sentimental e emocional, mais real. Fiquei curiosa.


Para terminar, deixo o conselho para aqueles que não sabem o que fazer amanhã à noite, véspera de feriado e noite de Halloween...visitem o Hotel NH Campo Grande, onde se encontra a peça “Quem matou o Concierge do NH Campo Grande?”, protagonizada pelo grupo de Teatro Anónimo, cabe ao público decidir quem matou o concierge, seguindo pistas, entrevistando personagens e revistando os vários espaços. Original e interactivo, sem dúvida algo que se destaca.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sem título #1



Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.
Lewis Carroll